Por: Julia Maria Carvalho
As primeiras embalagens apareceram há milhões de anos e tinham poucas funções, com o passar dos anos surgiu a necessidade de novas embalagens, com diferentes matérias primas e funções, ampliando e diversificando o setor, assim começam as tendências: fácil fechamento e abertura, porções individuais, e também as que podem ser aquecidas ou congeladas, entre várias outras opções. E tendo como principal objetivo proteger, facilitar e assegurar o transporte, e informar o consumidor. Uma das embalagens mais utilizadas nos dias de hoje são as latas, que começaram a aparecer no século XIX. Mas você conhece bem esse tipo de embalagem? O que sabe sobre as latas danificadas?
As embalagens metálicas são muito usadas, pois tem grande versatilidade de formatos e tamanhos, tem boa apresentação, protege o produto, tem resistência térmica e mecânica, são recicláveis e não permite violar os alimentos depois de enlatados, porém se danificada pode acontecer à corrosão interna. Essas latas são feitas com diversos tipos de folhas de aço ou de alumínio e revestidas com um verniz, que é uma película flexível e tem como finalidade preservar a integridade do alimento, melhorar a aparência interna e externa da embalagem e aumentar o tempo de prateleira do produto.
Esse revestimento orgânico, o verniz, tem também como finalidade proteger os alimentos contra a migração dos metais da lata, se perfurada ou amassada de forma que essa camada de verniz trinque, pode acontecer a migração dessas partículas que são invisíveis a olho nu, não sendo recomendado o consumo desse alimento, devido a corrosão, que é o processo químico ou eletroquímico que se desenvolve como consequência da interação da embalagem com o alimento, e também a sulfuração que é a descoloração no interior da embalagem, proveniente da interação do enxofre presente no alimento. Mesmo essa película sendo muito flexível, a ponto de suportar as recravações, estampagem, costuras e soldagens feitas nas latas, não sabemos como se encontra seu interior, se o verniz permanece inteiro ou com pequenos riscos.
Além disso podemos encontrar as latas estufadas, que, como na situação anterior, não devemos consumir os alimentos nelas armazenados, pois o estufamento pode indicar a multiplicação de microrganismos resistentes a altas temperaturas e que produzem gases. Por serem termofílicos ou termotolerantes (resistentes a altas temperaturas) esses microrganismos não são eliminados quando as latas são expostas a processos térmicos após o envase, por exemplo, o milho que é esterilizado, ou seja, submetido a altas temperaturas, em torno de 120°C.
Por fim, as latinhas que antes não estavam danificadas, mas foram abertas para o consumo e restou produto dentro. Para serem abertas, elas sofreram uma perfuração, ou seja, agora estão danificadas, então depois de abertas é recomendável mudar o restante do alimento para outro recipiente e descartar a latinha no lixo. Afinal, a parte cortada agora está sem o verniz, o que favorece a migração dos metais da embalagem caso fosse reutilizá-la.