Por: Ariane Mendes Fogatti
Você já deve ter se deparado com algum alimento que possui o símbolo “T” amarelo nas embalagens de alguns alimentos, e, sem dúvidas já deve ter ouvido falar dos alimentos transgênicos, ou alimentos geneticamente modificados.
Apesar desse tema ser bem comentado, muitas pessoas possuem dúvidas sobre os alimentos transgênicos, esse texto portanto, esclarecerá todas essas dúvidas.
Afinal, o que são os alimentos transgênicos?
Os alimentos transgênicos são aqueles modificados geneticamente com a alteração do código genético (DNA) e produzidos em laboratório por meio de técnicas artificiais de engenharia genética.
Essa tecnologia é chamada de biotecnologia moderna ou tecnologia genética, a mesma permite que genes individuais selecionados sejam transferidos de um organismo para outro, esse procedimento pode ser feito até mesmo entre organismos de espécies diferentes, como por exemplo, transferir o gene de um peixe para um tomate, fazendo com que ele tenha propriedades diferentes do tomate comum.
No início, os responsáveis por desenvolver sementes geneticamente modificadas queriam que as mesmas fossem aceitas pelos produtores e focaram em inovações benéficas aos agricultores.
Atualmente, essa técnica chamada de transgenia possui objetivo principal de melhorar a proteção dos cultivos, para que sejam resistentes a doenças, pragas, agrotóxicos e mudanças climáticas. E para que sejam, também, mais nutritivos e produtivos.
Os alimentos geneticamente modificados possuem vantagens para o produtor e para o consumidor, os quais terão um produto com preço mais baixo e maior benefícios, como por exemplo, maior durabilidade e/ou alto valor nutricional.
Por um tempo houve insistência da Greenpeace (organização não governamental ambiental) para que houvesse uma maneira do consumidor identificar o alimento transgênico e pudesse optar por consumi-lo ou não. O decreto de rotulagem foi publicado em 2008 pelo Ministério Público Federal e a partir desse decreto, ficou determinado que as empresas rotulassem definitivamente seus produtos, obrigando-as a identificarem com a letra “T” os alimentos e produtos que continham mais de 1% de matéria-prima geneticamente modificada.
No entanto, a partir de então iniciou a briga que perdura até hoje. As empresas que comercializam transgênicos alegam que o rótulo assusta o consumidor, já que a maioria das pessoas não sabe o que são e para que servem estes produtos, além de afirmar que o “T” pode ser facilmente confundido com perigo, radiação, inflamável e proibição. Por esses motivos eles acreditam que a identificação pode desestimular o consumo.
No ano de 2018 foi aprovado no Brasil o Projeto de lei PLC 34/2015, que concede um retrocesso na rotulagem de alimentos transgênicos, retirando o triângulo amarelo com a letra “T” que era presente na embalagem dos produtos, porém, mantendo a obrigatoriedade de acrescentar a informação de outra maneira no rótulo para aqueles que contenham 1% ou mais de transgênicos em sua composição.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as três principais questões debatidas em relação aos alimentos transgênicos são:
Se o gene de uma determinada espécie que provoca alergia em algumas pessoas for usado para criar um produto transgênico, esse novo produto também poderá causar alergias, porque há uma transferência das características daquela espécie.
Para certificar de que a modificação genética “deu certo”, os cientistas inserem genes de bactérias resistentes a antibióticos. Isso pode provocar o aumento da resistência a antibióticos nos seres humanos que ingerem esses alimentos.
Pois, colocando os genes resistentes a agrotóxicos em certos produtos transgênicos, as pragas e as ervas-daninhas poderão desenvolver a mesma resistência, tornando-se “super-pragas” e “super-ervas”.
No entanto, os alimentos transgênicos não possuem embasamento científico suficiente para alegar que fazem mal à saúde. Todo produto derivado da biotecnologia que se destine à alimentação humana e animal é rigorosamente avaliado para que não haja problema na segurança alimentar dos mesmos.
De acordo com a OMS, algumas questões preocupantes incluem a probabilidade do alimento transgênico escapar e introduzir genes geneticamente modificados em populações selvagens, a susceptibilidade de organismos que não são alvo ao produto gênico, por exemplo, insetos que não são pragas e o aumento do uso de produtos químicos na agricultura.
Vale ressaltar que os aspectos de segurança ambiental dos cultivos geneticamente modificados variam consideravelmente de acordo com as condições locais.