Por: Amábile Mariano Marques
A constante preocupação da população em consumir alimentos mais saudáveis tem impulsionado a busca por produtos que possam ser incluídos na dieta para melhorar a alimentação. Além dos fatores nutricionais, existem plantas que oferecem vantagens importantes, como a resistência a pragas, fácil disseminação e adaptação a diversas regiões do país. As plantas alimentícias não convencionais (PANCs) são um exemplo disso. Elas fazem parte da agrobiodiversidade, sendo espécies comestíveis nativas ou adaptadas com alto potencial nutritivo. Muitas vezes consideradas ervas-daninhas devido ao seu crescimento fácil e competitivo em lavouras, essas plantas são frequentemente eliminadas por falta de conhecimento sobre suas propriedades nutritivas e benefícios à saúde (ROSSATO, 2023).
Com as mudanças nos padrões alimentares o interesse crescente pela diversidade gastronômica para variar o cardápio também tem ampliado a oferta de alimentos antes mais restritos, especialmente aqueles que substituem proteínas de origem animal, como ovos e carnes. Nesse contexto, as PANCs são uma opção nutritiva, com várias formas de preparo, baixo custo, fácil acesso e produção sustentável. O conceito de alimentação evolui conforme a população se informa sobre alimentos saudáveis e seus benefícios explorando novas formas de alimentação, focando em sua funcionalidade e sustentabilidade (BASSANI,2023).
O ora-pro-nóbis é uma planta conhecida por sua capacidade de adaptação a diversos solos e climas no Brasil, além de ser de fácil cultivo. Popularmente chamada de “carne verde” devido ao seu alto teor proteico, pode ser consumida tanto in natura quanto na forma de farinha. Seu valor nutritivo é destacado por conter 28,99% de proteína a cada 100g, fornecendo um valor energético de 173,0 kcal/100g, além de 5g de carboidratos e 0,02g de vitamina B1. Assim, o ora-pro-nóbis se apresenta como uma solução acessível e nutritiva, podendo ser introduzido na alimentação de diversas formas, como em farinhas para pães e bolos, refogado, triturado em sucos ou outras refeições, e consumido in natura. A justificativa para o uso dessa planta reside na necessidade de compreender seus potenciais benefícios nutricionais e de saúde, especialmente em comunidades vulneráveis (CAMARGO, 2024).
Portanto o ramo da Engenharia de Alimentos busca constantemente matérias-primas que possam ser utilizadas no desenvolvimento e inovação de produtos com as seguintes características: que possuam alto valor nutricional, alta disponibilidade e fácil acesso, que a sua obtenção acarrete o mínimo de impactos ao ambiente e que possuam propriedades tecnológicas que vão aprimorar as características do produto em questão. A geração de conhecimento a respeito dos benefícios de utilização e consumo das PANC deve ser incentivada a fim de que essas espécies sejam consideradas como potencial matéria prima ou até mesmo como produtos in natura. Além disso, os engenheiros de alimentos estão voltando sua atenção cada vez mais para o aproveitamento de resíduos de processamentos. O fato de que partes de plantas convencionais que geralmente são descartadas, como cascas, sementes e talos, podem ser consumidas e consideradas PANC, justifica ainda mais a importância de estudar e desenvolver trabalhos sobre essas plantas (SOARES, 2023).
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Referências:
BASSANI, Larissa Morgana Longo et al. DESENVOLVIMENTO DE UM SONHO DE PADARIA ENRIQUECIDO COM ORA-PRO-NOBIS E ADICIONADO DE AMORA E IPÊ ROXO. Anais da Feira de Ciência, Tecnologia, Arte e Cultura do Instituto Federal Catarinense do Campus Concórdia, v. 6, n. 1, p. 27-27, 2023.
CAMARGO, Larissa Carvalho Vicente et al. ORA-PRO-NÓBIS. Mostra de Inovação e Tecnologia São Lucas (2763-5953), v. 4, n. 2, 2024.
ROSSATO, Geane; ZIMMERMANN, Lyvia Fernanda Benedet. Plantas alimentícias não convencionais (PANCs), seus benefícios e formas de uso na alimentação–uma breve revisão. 2023.
SOARES, Lara Mota. Plantas alimentícias não convencionais (PANC): características, benefícios e aplicações. 2023.