A Pasteurização do Leite Materno: Benefícios e Curiosidades

Análise de Alimentos: Garantindo Qualidade e Segurança com Engenharia de Alimentos

março 18, 2025

Por: Raysa Freitas

A pasteurização é um processo amplamente reconhecido por sua aplicação em produtos como leite de vaca e sucos, mas poucos sabem que essa técnica também pode ser utilizada para o leite materno. A pasteurização do leite materno tem ganhado importância na nutrição infantil, especialmente em situações onde o aleitamento direto não é viável. Neste artigo, discutiremos as vantagens dessa prática para a saúde do bebê e algumas informações curiosas sobre o tema.

A pasteurização é um método de aquecimento de líquidos a uma temperatura específica por um período de tempo determinado, seguido de um rápido resfriamento. O objetivo é eliminar microrganismos patogênicos sem causar alterações significativas nas propriedades nutricionais e imunológicas do líquido. Criada por Louis Pasteur no século XIX, essa técnica revolucionou a segurança alimentar, reduzindo o risco de doenças infecciosas transmitidas por alimentos e bebidas.

Benefícios da Pasteurização do Leite Materno

A pasteurização é realmente essencial quando o leite materno pode estar contaminado com patógenos como Salmonella e E. coli. Esse processo ajuda a minimizar o risco de infecções bacterianas que podem prejudicar o sistema imunológico ainda em desenvolvimento do bebê. Diferentemente da fervura, que pode destruir muitas vitaminas e nutrientes presentes no leite materno, a pasteurização é feita a temperaturas que preservam a maior parte dos nutrientes essenciais. Dessa forma, o leite mantém a maioria dos benefícios nutricionais e imunológicos importantes para o crescimento e desenvolvimento saudável do bebê.

O leite materno pasteurizado pode ser armazenado por períodos mais longos sem risco de contaminação, o que é especialmente útil para mães que precisam guardar leite para momentos em que não estarão presentes.

A pasteurização preserva a maior parte dos fatores imunológicos do leite materno, como anticorpos e células imunológicas, que são essenciais para proteger o bebê contra infecções.

Curiosidades sobre a Pasteurização do Leite Materno

Existem diferentes técnicas de pasteurização, como a pasteurização de alta temperatura e curto tempo (HTST) e a pasteurização de baixa temperatura e longo tempo (LTLT). A pasteurização de alta temperatura (72°C por 15 segundos) é mais frequentemente utilizada para o leite materno, pois é eficaz na eliminação de microrganismos enquanto preserva a maior parte dos nutrientes.

Embora a pasteurização conserve muitos dos componentes imunológicos do leite materno, alguns estudos indicam que pode haver uma leve redução na atividade de certas células imunológicas. No entanto, essa redução não é significativa o suficiente para comprometer os benefícios gerais do leite pasteurizado.

A pasteurização é uma prática comum em bancos de leite humano. Leites doados são pasteurizados antes de serem distribuídos para bebês prematuros ou com necessidades especiais, garantindo que o leite esteja seguro para consumo como no Centro de Hematologia e Transfusão de Sangue do Paraná, no Banco de Leite Humano do Hospital Universitário de Maringá e em outras instituições.

É importante lembrar que, sempre que possível, o aleitamento direto no seio materno é preferível ao uso de leite pasteurizado. A amamentação proporciona benefícios emocionais e de vínculo que a pasteurização não pode replicar.

Apesar de a pasteurização ter sido desenvolvida no século XIX, a pasteurização do leite materno é uma prática relativamente nova, impulsionada por avanços tecnológicos e uma compreensão mais profunda dos benefícios do leite materno.

A pasteurização do leite materno representa um avanço significativo na proteção da saúde dos bebês, especialmente quando o aleitamento direto não é viável. Embora possa haver algumas perdas de componentes imunológicos, os benefícios em termos de segurança e preservação dos nutrientes fazem dela uma prática valiosa. Compreender e aplicar essa técnica pode ajudar pais e profissionais de saúde a tomar decisões informadas para assegurar a melhor nutrição possível para os bebês.

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