Por: Amábile Mariano Marques
A biofortificação dos alimentos é o cruzamento de plantas de mesma espécie gerando novas com maiores teores de micronutrientes, também conhecido como melhoramento genético convencional. Estes alimentos têm como principal objetivo agregar maiores fontes de nutrientes e prevenir possíveis doenças, pois possuem fontes superiores de vitamina A, zinco, ferro ou outros micronutrientes do que as variedades padrões produzidas de modo convencional sem cultivares selecionadas.
No Brasil, existe a Rede BioFORT coordenada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), onde é responsável pela biofortificação dos alimentos no país. Consiste em um conjunto de projetos que busca diminuir a desnutrição e garantir a segurança nutricional e alimentar na dieta da população mais carente. O melhoramento é voltado para alimentos básicos como arroz, feijão, feijão-caupi, trigo, mandioca, milho, batata-doce e abóbora. Também tem como objetivo o desenvolvimento de produtos agroindustriais com matérias-primas biofortificadas e estruturar novas embalagens capazes de conservar os micronutrientes por um maior período.
A rede biofort tem parcerias com instituições públicas e privadas, o apoio do programa HarvestPlus, um consórcio de pesquisa que atua na América Latina, Ásia e África com recursos financeiros da Fundação Bill e Melinda Gates, Banco Mundial e agências internacionais de desenvolvimento, para garantir que esses alimentos cheguem às comunidades mais carentes.
A biofortificação dos alimentos ainda está em desenvolvimento, pois se configura como um complemento para reforçar outras alternativas de alimentação rica e saudável, como a fortificação e a suplementação. Sendo necessário uma regulamentação específica, a fim de controlar os teores de nutrientes e seus impactos na saúde. Embora a biofortificação de alimentos apresentar aspectos positivos, como melhorar o teor de determinados micronutrientes em culturas alimentares básicas, ela ainda possui consequências negativas como possíveis danos à agrobiodiversidade, dependência em relação às sementes produzidas pelas empresas internacionais, favorecimento da concentração de rendas e terras, riscos que organismos geneticamente modificados podem ocasionar à saúde humana e desestímulo à adoção de hábitos alimentares saudáveis. Com isso, observa-se que o incentivo ao consumo de alimentos in natura; na adoção de práticas alimentares sustentáveis tanto no quesito econômico, quanto nos quesitos sociais e ambientais; no consumo de alimentos e preparações regionais seria uma outra alternativa, porém para isso ocorrer seria necessária uma melhora das condições socioeconômicas da população.
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Referências bibliográficas:
PERERA, A. F.; NORONHA, A.; BORGES, M. T. Estratégias para a adoção de alimentos biofortificados no combate à desnutrição no sul do Brasil. Embrapa, 2015. Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1027442/estrategias-para-a-adocao-de-alimentos-biofortificados-no-combate-a-desnutricao-no-sul-do-brasil>. Acesso em: 06 jun. 2023.
LOUREIRO, M. P.; CUNHA, L. R. da; NASTARO, B. T.; PEREIRA, K. Y. dos S.; NEPOMOCENO, M. de L. Biofortificação de alimentos: problema ou solução?. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, SP, v. 25, n. 2, p. 66–84, 2018. DOI: 10.20396/san.v25i2.8652300. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/san/article/view/8652300. Acesso em: 14 jun. 2023.
Rede biofort. Embrapa, 2023. Disponível em: <https://www.embrapa.br/biofort>. Acesso em: 06 jun. 2023.