Por: Maria Raianny Sales de Alcantara
História
A cajuína é uma bebida típica do nordeste do Brasil, especialmente do estado do Piauí. Ela é feita a partir do suco de caju, que é a fruta do cajueiro. A história da cajuína remonta a tempos antigos, quando as populações indígenas da região já faziam uso do caju para produzir bebidas.
No entanto, foi no início do século XX que a cajuína ganhou mais notoriedade e se tornou uma bebida comercial. O pioneiro nesse processo foi o farmacêutico Rodolfo Teófilo em 1900, que segundo seu registro pretendia, com ela, combater o alcoolismo. Ele desenvolveu um método de pasteurização do suco de caju, o que permitiu a produção em maior escala e aumentou a vida útil da bebida. Assim, a cajuína começou a ser produzida em larga escala e comercializada.
A cajuína é conhecida pelo seu sabor peculiar, que combina o doce e o azedo da fruta caju, e é apreciada como uma bebida regional e símbolo da cultura nordestina. Ela também é considerada uma bebida saudável, pois o caju é rico em vitamina C e outros nutrientes.
Hoje em dia, a cajuína é produzida em várias partes do Nordeste do Brasil e é consumida tanto in natura quanto como ingrediente em coquetéis e receitas culinárias, tornando-se uma parte importante da gastronomia da região.
Processo de produção
Seleção das frutas: Primeiramente, cajus maduros e de boa qualidade são selecionados. A escolha das frutas é crucial, pois influenciará diretamente no sabor e na qualidade da cajuína.
Extração do suco: Os cajus são lavados e processados para extrair o suco. Isso pode ser feito de forma manual ou utilizando máquinas específicas que espremem as frutas para obter o líquido.
Filtração: O suco de caju extraído é filtrado para remover resíduos sólidos e impurezas, deixando apenas o líquido claro.
Pasteurização: O suco filtrado é submetido a um processo de pasteurização, no qual é aquecido a altas temperaturas por um curto período de tempo para matar quaisquer micro-organismos presentes e aumentar a vida útil da cajuína. A pasteurização também ajuda a preservar o sabor natural da bebida.
Adoçamento (opcional): Dependendo da preferência e da receita, o suco de caju pode ser adoçado com açúcar. Isso é feito após a pasteurização e é ajustado de acordo com o gosto desejado.
Envase: A cajuína é então envasada em garrafas ou recipientes adequados. As garrafas são normalmente esterilizadas antes do envase para garantir a qualidade e a segurança do produto final.
Rotulagem e embalagem: As garrafas são rotuladas e embaladas para distribuição.
Armazenamento: A cajuína é armazenada em condições adequadas, geralmente em local fresco e ao abrigo da luz direta.
É importante notar que algumas variações no processo de produção podem ocorrer dependendo do fabricante e da região. Além disso, a cajuína pode ser produzida de forma artesanal em pequenas quantidades, seguindo métodos tradicionais, ou em larga escala em instalações industriais. O processo de produção pode variar em escala e complexidade, mas esses são os passos básicos envolvidos na fabricação da cajuína.
Características
Sabor Distinto: A característica mais marcante da cajuína é o seu sabor distintivo, que combina o doce natural do caju com uma nota suave de acidez. Esse equilíbrio entre o doce e o azedo é o que torna a cajuína tão especial.
Aroma Frutado: A cajuína possui um aroma frutado e refrescante, que lembra o cheiro da fruta do caju madura. Esse aroma contribui para a experiência sensorial ao saborear a bebida.
Cor: A cajuína geralmente tem uma cor amarelada a alaranjada, que é naturalmente obtida do suco do caju. A intensidade da cor pode variar dependendo da concentração de suco de caju utilizado.
Teor de Açúcar Variável: O nível de açúcar na cajuína pode variar de acordo com a preferência do fabricante e do consumidor. Algumas versões são mais doces, enquanto outras são menos adoçadas, permitindo que o sabor natural do caju se destaque.
Variações Regionais: A cajuína pode apresentar variações regionais no Brasil. Em alguns lugares, podem ser adicionados ingredientes adicionais, como especiarias ou outros sucos de frutas, para criar sabores diferentes e exclusivos.
Consistência: A cajuína geralmente possui uma consistência líquida e clara, semelhante à de um suco. No entanto, a espessura pode variar ligeiramente dependendo do processo de produção e da filtragem.
Versatilidade: A cajuína é versátil e pode ser consumida de diversas maneiras. Ela pode ser apreciada pura e gelada, usada como ingrediente em coquetéis e bebidas mistas ou até mesmo incorporada em receitas culinárias, como molhos e marinadas.
Cajuína e a cultura nordestina
A cajuína desempenha um papel significativo na cultura nordestina do Brasil. Aqui estão algumas maneiras pelas quais essa bebida está entrelaçada com a cultura da região:
Símbolo Regional: A cajuína é considerada um símbolo da cultura nordestina. Ela é valorizada como parte da identidade e tradição gastronômica da região.
Consumo Tradicional: A cajuína é consumida de forma tradicional em muitos lares nordestinos. É comum encontrá-la nas mesas durante as refeições e celebrações, como festas juninas, casamentos e festas familiares.
Ingredientes Locais: A cajuína destaca a importância dos ingredientes locais na culinária nordestina. O caju é uma fruta abundante na região, e a produção de cajuína ajuda a aproveitar esse recurso natural.
Comemorações Culturais: A cajuína está presente em várias festas e celebrações típicas do nordeste, como o São João, quando é comum servir essa bebida junto com pratos tradicionais, como canjica e milho cozido.
Arte e Música: A cajuína também influenciou a arte e a música da região. O famoso cantor e compositor Caetano Veloso, por exemplo, escreveu uma canção chamada “Cajuína” que faz referência a essa bebida e à cultura nordestina.
Turismo: A produção e o consumo de cajuína também se tornaram atrações turísticas em algumas partes do nordeste, onde os visitantes podem conhecer o processo de fabricação e degustar a bebida fresca.
Disponibilidade e popularidade
A disponibilidade e popularidade da cajuína podem variar significativamente dependendo da região do Brasil.
Nordeste do Brasil: A cajuína é mais comumente encontrada e apreciada no nordeste do país, onde é considerada uma bebida icônica e tem uma presença forte na cultura local. Ela está amplamente disponível em supermercados, mercearias e restaurantes da região. Além disso, é uma bebida popular em festas e celebrações tradicionais, como as festas juninas.
Outras Regiões do Brasil: Fora do nordeste, a disponibilidade da cajuína pode ser mais limitada. Em algumas partes do Brasil, é possível encontrar cajuína em lojas especializadas em produtos regionais ou em locais que valorizam a culinária nordestina. No entanto, em regiões onde não faz parte da cultura local, pode ser mais difícil encontrá-la.
Exportação: Em alguns casos, a cajuína também pode ser exportada para outros países com comunidades brasileiras significativas ou como parte da promoção da cultura brasileira.
Popularidade Crescente: Nos últimos anos, houve um interesse crescente na culinária regional brasileira, o que inclui a cajuína. Isso levou à maior disponibilidade de produtos brasileiros em outras partes do país e até mesmo em outras nações.
Variações Regionais: A cajuína também pode ter variações regionais na receita e no sabor. Diferentes fabricantes e regiões podem produzir cajuínas com nuances específicas.
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Referências:
Cajuína e refrigerante de caju são a mesma coisa? – Cajuína São Geraldo – disponível em: <https://www.cajuinasaogeraldo.com.br/cajuina-e-refrigerante-de-caju-sao-a-mesma-coisa/> Acesso em: 27, set.2023.
Cajuína piauiense se destaca na região Nordeste pelo sabor e produção- G1 – disponível em: <https://g1.globo.com/pi/piaui/piaui-de-riquezas/noticia/2020/08/02/cajuina-piauiense-se-destaca-na-regiao-do-nordeste-pelo-sabor-e-producao.ghtml> Acesso em: 27, set.2023.
Cajuína, a bebida que corre nas veias dos nordestinos – Mixology News – disponível em: <https://mixologynews.com.br/05/2021/biomas-do-brasil/cajuina-caatinga-nordeste/> Acesso em: 27, set.2023.
A história da cajuína – Comes – disponível em: <https://www.comes.com.br/post/a-hist%C3%B3ria-da-caju%C3%ADna> Acesso em: 27, set.2023.
Produção e consumo da cajuína – Iphan- disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/845/> Acesso em: 27, set.2023.