Por: Gabrieli França
De acordo com dados apresentados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 13 milhões de brasileiros possuem diabetes, ocupando o 4° lugar no ranking de países com maior número de casos de diabetes, tendo esse número entre 2008 e 2018 aumentado 61,8%. Com números tão elevados torna-se indispensável o desenvolvimento de alimentos que sejam acessíveis para diabéticos, já que atualmente possuímos um mercado com valores elevados quando se trata de produtos com restrições. Normalmente os alimentos com restrições têm um custo de produção elevado, por isso os produtos diet sem glúten tendem a custar entre 30% a 40% mais caro que os produtos comuns, alguns chegam até a custar o dobro do valor.
Com as dificuldades econômicas enfrentadas nos últimos tempos, tem se tornado cada vez mais difícil ter uma alimentação apropriada, especialmente para pessoas que têm algum tipo de restrição, como por exemplo pessoas diabéticas. Todos precisamos de uma alimentação que seja rica em nutrientes, podendo isso ser alcançada com partes de alimentos que na maioria das vezes são descartadas, como talos, folhas, cascas e sementes. O aproveitamento de tais partes além de melhorar a qualidade nutricional e diminuir os gastos com alimentação, reduz também o desperdício de alimentos e permite a criação de novas receitas que sejam acessíveis.
As partes dos alimentos que são dispensadas na hora da produção, como cascas, sementes, talos e folhas possuem uma maior concentração de nutrientes. De acordo com análises feitas por Gondim et al. (2005) em cascas de frutas, como por exemplo o maracujá, é realizável o aproveitamento integral dos alimentos, sendo possível desenvolver receitas tradicionais que sejam adaptadas para pessoas que possuem diabetes ou outras restrições. Essas receitas podem ser desenvolvidas manuseando apenas talos, semestres e cascas, reduzindo o custo de produção e consequentemente o valor dos produtos e os impactos ambientais. Dentre as receitas desenvolvidas utilizando ingredientes que podem ser consumidos por pessoas diabéticas, com aproveitamento dos ingredientes não utilizados normalmente na produção, podemos citar: pão integral; arroz com grãos, talos, folhas e casca de legumes; geleia de pimenta diet com cascas de frutas e legumes; doce diet de casca de maracujá; e “carne” louca de casca de banana.
Foram realizados testes com 44 indivíduos, os quais fizeram uma refeição completa produzida por meio dos produtos que geralmente são desperdiçados. O prato de entrada foi o pão integral com geleia, o arroz com “carne” louca de casca de banana foi o prato principal, e o doce de cascas de maracujá foi servido como sobremesa. Todos os pratos alcançaram resultados satisfatórios, mostrando que as receitas desenvolvidas com as partes de vegetais que geralmente são descartados permitem o alcance de alimentos que são nutricionalmente adequados para pessoas que possuem diabetes, podendo também serem consumidas por pessoas sem predisposição a desenvolver a doença, tendo em vista ainda a redução da geração de resíduos sólidos.
Os alimentos que são produzidos para o público diabético, geralmente possuem um baixo índice glicêmico, ou seja, a glicose obtida pelo consumo desses alimentos entra no organismo com uma velocidade baixa. Para as pessoas portadoras de diabetes os alimentos com altos níveis de glicemia devem ser evitados, já que ao serem consumidos eles elevam a quantidade de glicose no sangue, causando nos indivíduos picos de insulina, sendo esse o hormônio que pessoas portadoras de diabetes tem dificuldades para produzir. Dentre os alimentos recomendados para diabéticos se destacam alimentos que são feitos com farinha integral, aveia, iogurtes light e sem gordura, chia, entre outros.
Os alimentos produzidos para atender pessoas com restrição, quando comparados com outros alimentos, possuem um preço relativamente mais caro que os comuns. Isso deve-se às técnicas e matérias primas utilizadas que somam um maior valor ao produto, além de se tratar de um nicho específico de mercado. Um aspecto muito importante dos alimentos produzidos para pessoas com restrição é a sua rotulagem, possuir um rótulo com informações claras e de fácil entendimento e identificação por parte do consumidor é de extrema importância. Desenvolver novos produtos alimentícios faz com que novos públicos sejam atendidos e com isso a EMPEA Consultoria de Alimentos pode te auxiliar a conquistar esse segmento de pessoas portadoras de restrições. Somos uma empresa júnior do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Maringá (UEM), e dentre os itens do nosso portfólio, realizamos estudo de embalagem, análise de alimentos, análise sensorial, ficha técnica, rotulagem e tabela nutricional, entre outros serviços. Entre em contato conosco e agende uma reunião de diagnóstico gratuita para que possamos te auxiliar e fornecer todo o suporte necessário para que o seu negócio decole.