Por: Fábio Luiz
Os Brasileiros no geral, estão acostumados com a presença de carne em seus pratos, com um consumo médio de 90 Kg do produto por ano, sendo até um dos indicadores de crescimento do país, porém, por mais contraintuitivo que isso pareça, esta situação está começando a mudar, a relação do público com os alimentos tem se tornado algo muito maior do que simplesmente matar a fome, e o aumento das mortes relacionadas a obesidade tem feito o público no geral se voltar a um estilo de vida mais saudável, por estes e outros motivos, o veganismo e do vegetarianismo vem invadindo as gôndolas dos supermercados.
Segundo o IBOPE do ano de 2018, 14% dos brasileiros (cerca de 30 milhões de pessoas) se dizem vegetarianos, e 55% dos entrevistados disseram que consumiriam mais produtos desse tipo. Mas antes de saber por quê é interessante investir nesse mercado, precisamos entender o quê é ser vegetariano ou vegano.
Veganismo: pessoas adeptas ao veganismo não consomem nenhum produto relacionado a animais, não se restringindo apenas a carnes, leites, mel, ovos, etc…, mas também a produtos como couro animal, cosméticos que realizaram testes em animais, entre outros, sendo muito visto como um estilo de vida!
Vegetarianismo: os vegetarianos estritos não consomem nenhum alimento derivado de animais, porém, temos variações, como o lactovegetariano que inclui leite e derivados em sua alimentação, e o ovolactovegetariano, que ingere tanto laticínios como ovos.
Meio ambiente: Segundo Ben Houlton, diretor do instituto do meio ambiente da universidade da Califórnia, “aproximadamente 25% dos problemas relacionados ao aquecimento global podem ser atribuídos à comida e as escolhas que fazemos sobre o que comemos no dia a dia”, isso é maior que a poluição gerada por todos os carros do planeta.
Produzir carne é uma forma extremamente ineficiente de nos alimentarmos, 83% da agricultura mundial é voltada para produzir alimentos para bovinos, equinos, ovinos entre outros, significando 26% da área total do planeta! Além de toda a área necessária para alimentar estes animais, ainda temos a baixa taxa de conversão de alimento para produto final, ou seja, em carne de fato, em bovinos por exemplo, apenas 3% das calorias ingeridas pelo animal se transformam no bife vendido em bandejas no supermercado.
Ética e moral: Se alimentar de algo que um dia já foi um animal não é uma ideia simples de engolir para algumas pessoas, a criação de animais com o passar dos anos foi aprimorada para produzir o máximo em menos tempo e/ou espaço, dessa forma, nem sempre o bem estar animal é priorizado, optar por não se alimentar de produtos de origem animal é uma forma de diminuir a demanda destes produtos e consequentemente, um número menor de animais terá que ser destinado ao abate.
Saúde: Uma pesquisa realizada pela universidade de Florência, na Itália, examinou o resultado de dez estudos sobre o assunto, e a conclusão foi que a alimentação de base vegetal dos veganos e vegetarianos ajuda a diminuir a incidência de câncer e problemas no coração, porém, é importante ressaltar que este tipo de dieta pode ser saudável, mas não é uma regra, uma alimentação vegana desbalanceada ainda pode causar doenças como a obesidade por exemplo.
Estes são alguns motivos que fazem com que o número de veganos e vegetarianos aumente ano após ano, porém, existe um fator que age fortemente contra os que adotaram este estilo de vida: a falta de produtos disponíveis no mercado! Não existe uma grande variedade de alimentos, principalmente para os veganos, que possuem mais restrições em sua dieta, muitas vezes a carne em si pode não estar presente, porém produtos derivados de animais impedem que este alimento seja considerado vegano, como a gelatina por exemplo, extraída das cartilagens e do couro de animais (em sua maior parte, gado bovino e suíno) .
Portanto, a situação que temos é: muitas pessoas a procura de produtos livres de derivados de animais, o que as deixam com poucas opções de compra, e muitas vezes, as opções disponíveis possuem um preço muito elevado, ou seja, temos uma enorme oportunidade de mercado!
Graças às tecnologias de alimentos, já é possível agradar não somente os veganos e vegetarianos, mas também os amantes de carne com alimentos semelhantes, um exemplo disso é a empresa norte americana “Beyond Meat”, que conseguiu criar uma fórmula de hambúrguer inovadora totalmente livre de derivados de animais, e que mesmo assim se assemelha sensorialmente a um hambúrguer de carne bovina, segundo a empresa, o segredo está em se atentar aos aminoácidos presentes na carne e substituí-los, em especial a hemoglobina, que no processo de cocção, libera o “heme”, que oferece o sabor característico de ferro, e além disso, participa de reações que geram os compostos voláteis que dão o sabor e aroma do que conhecemos como carne. Hoje a Beyond Meat possui um valor de mercado estimado de cerca de 23 billhões de reais, provando que dá sim para ganhar dinheiro investindo em produtos vegan.
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