Por: Matheus Padovan de Oliveira
Os agrotóxicos são substâncias químicas com a finalidade de afastar pragas das lavouras, segundo o IBAMA.
O agronegócio garante a colheita com menores prejuízos, mas com isso, acabamos consumindo substâncias desconhecidas, muitas delas consideradas, inclusive, cancerígenas. Um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz aponta que cada brasileiro consome, em média, 7 litros dessas substâncias por ano.
Entre os principais problemas da ingestão de agrotóxicos estão câncer, problemas de infertilidade, mutações genéticas e problemas respiratórios e até intoxicação. Os principais sintomas da intoxicação são vômitos, dores abdominais, diarréia, convulsões, tontura, sangramento nasal, dor de cabeça, irritação nos olhos e desmaios. Pela falta do uso de equipamentos de proteção, trabalhadores rurais e suas famílias são as principais vítimas dessa forma de contaminação. Em 2006, uma nuvem de agrotóxicos causada pela pulverização em plantações de soja provocou intoxicação aguda em crianças e idosos da cidade de Lucas do Rio Verde (MT).
Uma alternativa para se livrar dos agrotóxicos são os alimentos orgânicos, o que não são uma alternativa de baixo custo para a população. Como a produção orgânica é em menor escala, sendo assim, mais caros. Outra alternativa para reduzir este custo são as feiras de produtos orgânicos e até mesmo a compra coletiva destes produtos. Os alimentos campeões de uso de agrotóxicos são laranja, couve, uva e alface, com potencial de risco alto para o consumidor, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
• Lave mais de uma vez. Lave sempre frutas e legumes, como abacaxi e cenoura, com água corrente. Utilize uma escovinha para higienizar a casca. Descasque e lave novamente, secando em seguida com papel toalha;
• Descarte as primeiras folhas. Ao higienizar as folhas das verduras, como alface e repolho, pois recebem maior carga de agrotóxicos, já que ficam do lado de fora e são mais expostas;
• Fique de olho no cabinho. Repare se o chamado pedúnculo da fruta, o cabinho, tem uma espécie de penumbra branca, como se fosse um pó, isso é outro indicativo do excesso dos agrotóxicos;
• Cuidados com vegetais muito perfeitos. Desconfie dos vegetais que estão muito perfeitos e grandes demais, as substâncias químicas tornam frutas e legumes mais resistentes e maiores;
• Prefira os alimentos da época. Compre apenas alimentos da safra, os que estão fora de época tendem a receber mais agrotóxicos na lavoura para progredirem;
• Examine a casca. Fique atento também a manchas esbranquiçadas nas cascas, que podem indicar resquícios da aplicação de venenos;
• Deixe de molho. Antes de consumir as verduras e legumes, deixe-os de molho por meia hora em uma solução de bicarbonato de sódio (1 colher de sopa rasa para 1 litro de água). Isso ajuda a eliminar resíduos, depois, lave novamente;
• Água sanitária ou vinagre. Outra possibilidade é deixar os vegetais de molho por 20 minutos em uma solução de água sanitária própria para higienização de alimentos (hipoclorito de sódio), lavando-os bem em seguida. A medida são 10 gotas do produto para 1 litro de água;
• Esquentar. Vegetais fervidos, cozidos ou assados têm menor índice de contaminação, já que as altas temperaturas também auxiliam na eliminação dos venenos;
Mesmo sabendo de todos esses problemas, porque ainda é alta a utilização de agrotóxicos no Brasil? Pois para uma empresa conseguir o registro de liberação de um determinado agrotóxico, o Ministério da Saúde, Ministério do Meio Ambiente e ANVISA devem avaliar o produto. Ainda assim há um descompasso entre aprovações e proibições de produtos feitos pela ANVISA. O processo para proibições é lento, enquanto os registros de novos agrotóxicos é mais ágil. O Brasil concede a isenção de impostos à indústria produtora de agrotóxicos. O incentivo vai na contramão das medidas protetoras recomendadas pelas entidades contrárias ao uso dos venenos.
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