Por: Gabriel Sarache
É comum aos brasileiros fazer a famosa “compra do mês”, ou seja, estocar alimentos para um mês inteiro, contudo para muitos alimentos não é possível fazer isso ou são necessários cuidados especiais para que tenham uma duração satisfatória quando armazenados, este artigo irá te ajudar com algumas dicas e métodos para você evitar o desperdício de alimentos e, além disso, economizar dinheiro.
Vamos começar pelos alimentos não-perecíveis, são aqueles que em temperatura ambiente são estáveis e têm longos prazos de validade, em geral eles são naturalmente secos ou passam por processamento, alguns exemplos são o arroz, feijão, macarrão, pipoca, farinhas, café, sal, entre tantos outros.
Como estes alimentos são altamente duráveis, podem ser estocados por muito tempo na despensa, desde que seja um local fresco e seco com proteção da luz solar, além disso os alimentos devem estar devidamente acondicionados, portanto, em suas embalagens originais ou em recipientes hermeticamente fechados no caso dos alimentos de uso diário.
Também é importante seguir as instruções do fabricante que estão nos rótulos, então quando mudar o alimento de embalagem é importante identificá-lo acompanhado da data de fabricação, lote e prazo de validade caso houver. Nenhum segredo, né?
Os alimentos perecíveis são exatamente o contrário da categoria anterior, ou seja, são alimentos que tem prazo de validade bem pequeno e, geralmente, precisam ser armazenados sob refrigeração como as frutas, as verduras, as carnes, os laticínios, etc. Para começar, é importante conhecer as características dos produtos para entender quais estratégias utilizar para conservá-los e administrá-los visando diminuir o desperdício.
As frutas, verduras e legumes são os mais delicados entre os alimentos perecíveis, e, em sua maioria, devem ficar nos locais baixos da geladeira, onde a temperatura é mais alta, pois podem sofrer com queimaduras por frio ou murchamento em temperaturas mais baixas.
Antes de armazenar todos estes vegetais é importante higienizá-los, o método mais simples é deixá-los numa solução sanitizante onde para cada litro de água tenha uma colher de água sanitária (15ml), é importante que fiquem de molho por 15 minutos, após este processo é necessário secar bem todos os alimentos para então guardá-los.
Além disso, devem ser guardados em potes hermeticamente fechados ou sacos plásticos separadamente, para evitar o ressecamento, principalmente das folhas, e também porque cada hortaliça tem seu ciclo de vida com taxas de respiração diferentes e, ainda, evita a contaminação cruzada.
É interessante citar que nem todos os vegetais precisam ir para a geladeira, e às vezes é até prejudicial para eles ficar na geladeira, são exemplos maçã, pera, melão, banana, batata, pepino, tomate verde, alho, pimenta, café, mel e manjericão. Uma dica que vale para batatas e cebolas, é deixá-las, separadamente, em sacos de papel ou em local que seja seco, fresco e escuro.
Se você quiser conservar suas hortaliças por mais tempo, é possível congelar elas, mas não são todas. As verduras jamais podem ser congeladas, esse processo estraga elas, já as frutas em geral aceitam bem o congelamento, principalmente se forem cortadas em pedaços pequenos, mas também funciona congela-las inteiras. Outra possibilidade é transformá-las em polpas para congelar e posteriormente utilizar na produção de geleias ou sucos, por exemplo.
Os legumes, em especial, têm uma técnica de conservação para o congelamento chamada de branqueamento, onde o alimento é escaldado em água quente e depois recebe um banho de gelo para então ser congelado, este processo inativa enzimas prejudiciais e fixa os pigmentos, além de pré cozinhá-los.
Cada vegetal tem o tempo de cozimento necessário, mas em geral devem ser cozidos na proporção de 1 litro de água fervente para cada 100g de alimento até que fiquem “al dente” e então recebam um choque térmico. É necessário que se faça a limpeza e o porcionamento dos vegetais antes do procedimento.
As carnes são extremamente perecíveis e a melhor forma de conservá-las é deixando-as em temperaturas mais próximas possíveis de 0°C. Imediatamente após chegar do mercado é imprescindível que as carnes sejam colocadas na geladeira. As carnes bovina e suína devem ser consumidas em até 3 dias, aves em no máximo 2 dias, pois estão apenas sob refrigeração. É importante deixá-las num prato ou vasilha funda para que seus líquidos não causem problemas, como contaminação.
Quando congeladas, essas carnes duram de 6 meses (suínos) a 8 meses (bovina) ou 9 meses (aves), e aqui vão algumas dicas. Quanto menores os pedaços, menos cristais de gelo irão se formar no congelamento mantendo as características desejáveis, então você pode fracionar a sua carne de acordo com o uso.
Em contrapartida, pedaços menores favorecem a deterioração mais rápida, diminuindo a vida de prateleira, por exemplo a carne moída congelada deve ser consumida em 3 meses. Na hora de embalar sua carne para o freezer, é importante retirar o máximo que dê do ar ou até mesmo embalar à vácuo, caso não seja, pois isto ajuda na conservação.
Para finalizar, não tempere as carnes para congelá-las, isso influencia na qualidade e no tempo que se manterá conservada, utilize embalagens que as protejam da água, nunca lave-as e, caso necessário, você pode limpar as carnes retirando ossos e excesso de gordura delas. Para descongelar a carne, retire-a do freezer e coloque num recipiente dentro da geladeira um dia antes, jamais descongele em temperatura ambiente ou a recongele.
O leite deve ser mantido em sua embalagem original e as orientações do fabricante devem ser seguidas para sua melhor conservação tanto para leite pasteurizado quanto no leite UHT.
Os queijos seguem o mesmo padrão, cada tipo tem suas particularidades e os métodos de conservação devem ser instruídos pelo fabricante, contudo é importante deixa-os sempre bem fechados para que não sofram ressecamento. Com a manteiga vale a mesma dica, deve ficar sempre bem fechada.
Em geral o leite e derivados devem ficar longe de alimento com odores e/ou sabores fortes, já que podem absorvê-los e, assim, sofrer mudanças prejudiciais em suas características organolépticas.
Os pães se conservam melhor na geladeira, desde que bem fechados, para não ressecar ou absorver odores e sabores de outros alimentos, além do mais pode ser congelado e posteriormente aquecido em forno ou torradeira para ser consumido.
Os ovos podem ficar fora da geladeira, mas seu prazo de validade é muito maior dentro dela, é importante deixá-los longe da porta, onde há muita oscilação da temperatura, e também longe de alimentos com odores muito fortes.
Se restou alguma dúvida ou você quer entender como conservar os alimentos no seu negócio, entre em contato conosco!